sábado, 6 de novembro de 2010

Enem: Justiça mantém proibição do uso de lápis e relógio
Felipe Amorim l A TARDE
Xando Pereira/Agência A TARDE
Em Salvador, a prova deve ser feita por 127 mil candidatos
A juíza federal Maria Cláudia de Garcia Paula Allemand, da 5ª Vara Cível de Vitória, Espírito Santo, manteve a proibição do uso de relógio, lápis, borracha e apontador durante as provas do Enem. A decisão, emitida na tarde desta sexta-feira, 5, vale para todo o Brasil.
De acordo com as regras do edital do exame, os participantes podem levar apenas caneta esferográfica de tinta preta. Aparelhos eletrônicos, como relógios, telefones celulares e calculadoras estão proibidos, assim como relógios analógicos.
O procurador da República André Pimentel Filho, do Ministério Público Federal (MPF) no Espírito Santo, entrou na Justiça na última quinta-feira contra a proibição. Segundo o procurador, o uso do relógio é fundamental, pois um dos desafios do exame é justamente o controle do tempo. Em relação ao uso de lápis, borracha e apontador, Pimentel considerou que não havia lógica na proibição.
A prova do Enem possui 90 questões, para 4h30 de resolução, portanto, uma média de três minutos para cada questão. Segundo o Inep, órgão do Ministério da Educação (MEC) que realiza o Enem, o tempo será controlado por um sinal sonoro na abertura da prova, um aviso oral do fiscal de sala quando faltar meia hora para o término do tempo e outro sinal sonoro ao final. O aluno pode, ainda, perguntar o horário aos fiscais.
Horário de verão - Por causa do horário de verão, na Bahia as provas acontecem uma hora mais cedo que o horário de Brasília. Os portões serão abertos às 11h e fechados às 11h55, horário local. A prova começa às 12h.
Trânsito - Uma operação especial para o trânsito de Salvador ocorre neste sábado no horário da prova. A Superintendência de Trânsito e Transporte do Salvador (Transalvador) anuncia 50 veículos e 96 agentes em ação, em sete áreas prioritárias da capital, nos locais de aplicação de prova. Também são prometidas linhas extras de ônibus durante o final de semana. Mais de 50 linhas vão operar com frota máxima, das 10 às 17h.  

Autores da literatura infantil e ABL repudiam veto a livro de Monteiro Lobato

Paulo Virgílio, da Agência Brasil


Reprodução
Livro "Caçadas de Pedrinho" é acusado de propagandear ideias racistas
Livro "Caçadas de Pedrinho" é acusado de propagandear ideias racistas

















Seis escritores brasileiros dedicados à literatura infanto-juvenil manifestaram hoje (5), em nota, seu desagrado e desacordo ao veto do Conselho Nacional de Educação (CNE) ao livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato. A nota é assinada pelos escritores Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Ziraldo, Lygia Bojunga, Pedro Bandeira e Bartolomeu Campos de Queirós.
Sob o título Lobato, Leitura e Censura, os autores lembram que as criações de Monteiro Lobato “têm formado, ao longo dos anos, gerações e gerações dos melhores escritores deste país que, a partir da leitura de suas obras, viram despertar sua vocação e sentiram-se destinados, cada um a seu modo, a repetir seu destino”.

Afirmam ainda que “a maravilhosa obra de Monteiro Lobato faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças. Nenhum de nós, nem os mais vividos, têm conhecimento de que os livros de Lobato nos tenham tornado pessoas desagregadas, intolerantes ou racistas. Pelo contrário: com ele aprendemos a amar imensamente este país e a alimentar esperança em seu futuro”.

Também a Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual é membro uma das signatárias da nota, a escritora Ana Maria Machado, se posicionou contrária à tentativa de censura ao livro Caçadas de Pedrinho. Em reunião plenária na tarde de ontem (4), os acadêmicos manifestaram repúdio “contra qualquer forma de veto ou censura à criação artística” e apoiaram o ministro da Educação, Fernando Haddad, que foi contrário à determinação do CNE.

De acordo com a decisão dos acadêmicos, em nota divulgada hoje pela assessoria de imprensa da ABL, “cabe aos professores orientar os alunos no desenvolvimento de uma leitura crítica. Um bom leitor sabe que Tia Anastácia encarna a divindade criadora dentro do Sítio do Picapau Amarelo. Se há quem se refira a ela como ex-escrava e negra, é porque essa era a cor dela e essa era a realidade dos afrodescendentes no Brasil dessa época. Não é um insulto, é a triste constatação de uma vergonhosa realidade histórica”.

Na nota, a ABL sugere que, em vez de proibirem as crianças de conhecer a obra, os responsáveis pela educação fariam melhor se estimulassem os alunos a uma leitura mais aprofundada. Para os acadêmicos, é necessário aos professores e formuladores de política educacional ler a obra infantil de Lobato e se familiarizar com ela. “Então saberiam que esses livros são motivo de orgulho para uma cultura, e que muitos poucos personagens de livros infantis pelo mundo afora são dotados da irreverência de Emília e de sua independência de pensamento”.

A nota conclui com a afirmação de que “a obra de Monteiro Lobato, em sua integridade, faz parte do patrimônio cultural brasileiro” e com um apelo ao ministro da Educação no sentido de “que se respeite o direito de todo o cidadão a esse legado e que vete a entrada em vigor dessa recomendação”. 
Preço médio do voto na Bahia foi de R$ 6,80
Aguirre Peixoto l A TARDE
Luciano da Matta/Agência A TARDE
Aleluia foi quem mais gastou por voto. Perdeu a eleição
Os candidatos baianos mais bem-sucedidos nas urnas gastaram quase R$ 100 milhões em suas campanhas. Dentre os diversos cargos em disputa, foram os 39 deputados federais baianos eleitos que tiveram o mais caro custo de voto por eleitor.
Eles gastaram um valor médio de R$ 6,80 por unidade  – no total, R$ 28,5 milhões para os cerca de 4 milhões de votos que os elegeram. Logo depois, foram os candidatos ao governo baiano que tiveram um maior custo médio de voto por eleitor: R$ 6,57. Individualmente, cada voto de Jaques Wagner (PT) custou R$ 6,40; os de Paulo Souto (DEM), R$ 9,20; e os de Geddel Vieira, R$ 4,57.
A campanha ao Senado foi a mais barata de todas na Bahia. O custo médio do voto foi de R$ 1,17, reflexo da baixa arrecadação dos candidatos. No geral, o maior custo por voto foi do candidato José Carlos Aleluia (DEM), de R$ 3,66. Ele gastou R$ 3,4 milhões para conquistar 951 mil votos.
A reforma política, que tramita no Congresso, propõe discutir mudanças na forma de financiamento das campanhas eleitorais.